A data do início e do fim da operação foi fruto de uma longa negociação entre os Ministério da Defesa e da Justiça e o governo do Rio de Janeiro. O governador Sergio Cabral queria, a princípio, que as tropas federais permanecessem nas ruas do Estado desde agora até o final do ano, englobando, assim, o período das eleições.
As Forças Armadas queriam que a atuação nos morros do Rio de Janeiro cessassem em 60 dias, encerrando sua participação antes da Copa do Mundo, já que nesse período terão outro tipo de missão a desempenhar. Mas foi um voto vencido. Depois dos apelos do governador Sérgio Cabral para que as tropas permanecessem durante a Copa do Mundo nas comunidades do Rio e nas vias de acesso à cidade, o governo federal decidiu flexibilizar e concordou que os militares fiquem até 31 de julho nas ruas e comunidades cariocas e fluminenses.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, assinou diretriz Ministerial nº 9, determinando o emprego das tropas em missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), atendendo ao pedido feito pelo governador Sergio Cabral, que precisou apelar para as Forças Armadas garantissem a segurança no Estado. Com o emprego da GLO, as Forças Armadas poderão efetuar prisão em flagrante, fazer patrulhamento e vistorias. Além da Brigada Paraquedista, as forças militares contarão com apoio de batalhões e brigadas de outras regiões, como as brigadas de Goiânia e de Campinas.
De acordo com a diretriz ministerial, o ministro Celso Amorim pede que o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, "designe o Comandante da Operação; empregue os recursos operacionais militares necessários (pessoal e material) para atuar em ações de garantia da lei e da ordem, para preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio, na área delimitada, a fim de contribuir para o restabelecimento da paz social naquela região; e solicite recursos operacionais da Marinha e da Aeronáutica, se for o caso, por intermédio do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas".
Toda a definição da estratégia de emprego das tropas será definido pelo Comando de Operações Terrestres (Coter), em Brasília.