São Paulo, 02 - O promotor Márcio Friggi encerrou no final da manhã desta quarta-feira, 2, a réplica da acusação na última etapa do julgamento dos PMs acusados de matar 111 presos no Complexo do Carandiru, 2 em outubro de 1992. "Cabe aos senhores (jurados) encerrar o maior julgamento da história do Tribunal de Justiça de São Paulo e o maior massacre já praticado dentro de uma penitenciária no planeta", concluiu ele, após uma hora de argumentação no plenário. O julgamento retorna no início desta tarde, para a tréplica da defesa de até duas horas.
Depois, o conselho de sentença se reunirá para responder a série de quesitos para 8 mortes e duas tentativas de homicídios atribuídas a 15 PMs do Comando de Operações Especiais (Coe), que entraram no 3º andar do Pavilhão
Morte
Quatro mortes e as tentativas de homicídios já foram descartadas da denúncia pela própria Promotoria no começo do julgamento, mas os jurados darão a palavra final sobre a absolvição.
Assim, a pena máxima provável para cada réu é de 48 anos, por 4 mortes. De acordo com o promotor, os réus logo serão soltos, após cumprimento de um sexto da pena."Talvez eu me decepcione pelo tempo", afirmou.
Friggi, assim como em outros julgamentos, fez o perfil das quatro vítimas mortas a tiros no 3º andar. Segundo ele, eram todos rapazes jovens, de baixa escolaridade e nível social, como o ajudante de oficina Francisco Rodrigues Lima, morto com tiros atrás da cabeça.
"Por que as esposas desses policiais militares merecem mais do que a companheira desse rapaz que morreu?", questionou o promotor. Para ele, os crimes praticados pelos presos não justificam uma execução.