O ministro da Defesa, embaixador Celso Amorim, lamentou hoje a morte do ator e diretor José Wilker, que morreu em casa, nesta manhã, aos 66 anos. Amorim, que presidiu a antiga estatal brasileira Embrafilme no governo militar de João Baptista Figueiredo, disse que Wilker fará muita falta.
"Para me lembrar de algo da minha época, ele foi o ator principal do Bye Bye Brasil [filme lançado em 1979 e dirigido por Cacá Diegues], que foi um dos grandes sucessos da época em que eu presidi a Embrafilme. Era um homem que estava ligado ao cinema e ao teatro desde o inicio dos anos 1960, uma figura realmente exemplar de ator, de dedicação ao trabalho, que, obviamente, vai fazer muita falta", disse Amorim.
O ministro visitou o Rio neste sábado para formalizar o emprego das Forças Armadas no Complexo da Maré em uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o comandante do Exército, Enzo Martins Peri, e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.
José Wilker nasceu no Ceará, no município de Juazeiro do Norte, em 20 de agosto de 1947, de acordo com o site Memória Globo. Filho de uma dona de casa e de um caixeiro viajante, mudou-se ainda criança para o Recife. Wilker veio para o Rio em 1967 para estudar sociologia, mas desistiu do curso e passou a se dedicar integralmente ao teatro. Antes disso, no entanto, ele já tinha começado a carreira de ator profissional, integrando o Movimento Popular de Cultura (MPC), do Partido Comunista.
Em sua trajetória, há dezenas de novelas, com papéis marcantes em várias delas, como Roque Santeiro, Anos Rebeldes, Fera Ferida, O Bem Amado, Senhora do Destino e Amor à Vida, seu último papel nos folhetins da TV Globo. Entre os 40 filmes de que participou, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Xica da Silva e O Homem da Capa Preta estão entre os mais lembrados, além de Bye Bye Brasil.
Wilker também se destacou em minisséries, como JK e Gabriela, e, nos últimos anos, era comentarista da cerimônia do Oscar na transmissão da Rede Globo.