O roubo em Iranduba foi descoberto na manhã desta segunda-feira, 07, quando funcionários da agência bancária chegaram ao local para trabalhar. À frente das investigações, o titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD) do Amazonas, delegado Orlando Amaral, afirmou à Agência Estado que os bandidos teriam apresentado documentos falsos para alugar uma casa próxima ao banco, no fim de janeiro - tendo concretizado o aluguel no início de fevereiro -, de onde começaram a cavar o túnel.
Amaral informou que o túnel liga o banheiro da residência ao cofre do banco. A polícia ainda não sabe quantos integrantes a quadrilha possui. Isso porque, segundo o delegado, as imagens do circuito interno da agência, que gravou a ação, não têm boa nitidez. Além disso, acrescenta, os vizinhos da casa teriam informado que só viam um homem entrando e saindo do imóvel.
Orlando Amaral comentou também que a vizinhança não desconfiou da ação, pois a terra resultante da escavação do túnel não era retirada da casa. Além disso, moradores disseram não ter ouvido barulho de máquinas de perfuração, porque os bandidos usavam o som alto de uma televisão para disfarçar os ruídos. Além dos sacos de areia, a polícia encontrou no imóvel ferramentas de escavação, luzes para iluminar o túnel, um ventilador e garrafas d´água.
O titular da DERFD informou que a Polícia Civil está na fase inicial das investigações, ouvindo vizinhos e funcionários do banco. Ele disse acreditar que o crime foi cometido por uma quadrilha especializada em assaltos a banco e, na sua avaliação, a quantia roubada deve ser bem maior que a informada pelo banco. "Acho que quem passou mais de um mês cavando um túnel não foi atrás de apenas R$ 50 mil", questiona.
Caso Banco Central
Nos dias 6 e 7 de maio de 2005, um assalto semelhante ocorreu ao Banco Central de Fortaleza. Estima-se que 36 pessoas integravam a quadrilha, que alugou uma casa próxima à agência bancária, de onde cavaram o túnel em direção ao cofre do banco. De acordo com a Polícia Federal, com base em estimativas a partir do peso das notas roubadas (cerca de 3,5 toneladas), foram furtados aproximadamente R$ 164,7 milhões. A história já foi retratada no cinema, com o filme "O Assalto ao Banco Central", lançado em 2011..