Começou a faltar água na madrugada de domingo para segunda-feira e até hoje (ontem à tarde) não chegou. São mais de 36 horas. Estou com minha casa em obras e fui pega de surpresa. Se ao menos avisassem que ia faltar água a gente tinha se programado, disse Selma.
Ela foi buscar cerca de 150 litros de água na casa da irmã, em outro bairro da zona sul, para não paralisar a reforma. A gente imaginava que pudesse falta água, mas não tão rápido. Aqui é Guarapiranga, nem é Cantareira, afirmou Selma, cujo drama é dividido com outros moradores da região.
Desde o início do ano, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) remaneja água do Guarapiranga para cerca de 400 mil imóveis que eram abastecidos pelo Cantareira. A medida tem como objetivo poupar ao máximo o principal manancial paulista, que ontem estava com 12,7% da capacidade, nível mais baixo da história.
Na região central da capital, moradores e comerciantes da Praça Roosevelt também relataram falta dágua no período da noite em seus imóveis. A queixa é semelhante a de moradores da zona norte no início da crise hídrica do Cantareira. Segundo a Sabesp, a interrupção de fornecimento de água pode estar ligada às características das regiões, como crescimento desordenado ou bairros altos, e com obras de manutenção na rede de distribuição.
A companhia afirma que não há racionamento de água em nenhuma das cidades da Grande São Paulo abastecidas diretamente pela empresa.
Segundo a Sabesp, existem cerca de 56 mil quilômetros de redes de água na Região Metropolitana e a cada oito meses a empresa percorre essa distância na caça a vazamentos. Ao todo, a empresa diz investir R$ 2,1 bilhões em abastecimento de água na Grande São Paulo entre 2014 e 2016.
Segundo projeção feita pela própria Sabesp, o volume útil do Cantareira, que é a água represa acima do nível dos túneis, deve se esgotar entre junho e julho, em plena Copa do Mundo. A partir de então, a empresa passará a usar o chamado volume morto do manancial, cerca de 200 bilhões de litros que ficam no fundo dos reservatórios. Pela previsão da companhia, o volume é suficiente para abastecer a Grande São Paulo por quatro meses. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..