Grande parte dos manifestantes se abriga da chuva na passarela do metrô, na Estação Cidade Nova. No local, homens, mulheres, crianças e idosos deitam em colchonetes ou em lençóis, ao lado de poucos pertences e mantimentos em sacolas plásticas.
"Eu morava de favor com a minha sogra, mas nem falo com ela. Morávamos eu, meu marido e minha filha com ela e o marido, em um quarto só", conta Alessandra Silveira, de 22 anos.Desempregada, a jovem trabalha vendendo maçãs do amor, mas deixou a filha e o marido na antiga casa pada protestar: "Eu quero o aluguel social. Minha mãe já se inscreveu no Minha Casa, Minha Vida há anos e até agora nada. Estou aqui só com essa coberta", diz Alessandra, encolhida no chão da passarela, que tem trânsito movimentado de pedestres.
Outra mãe de 22 anos que deixou os filhos para participar da manifestação foi Diana da Silva, que morava em um porão na comunidade do Jacaré antes de ocupar o prédio da Telerj, com os três filhos: "Eu mesma juntei as madeiras para o barraco catando na rua. Não podia comprar porque estou desempregada e vivo das cestas básicas que ganho da igreja. Agora não posso mais voltar para o porão e deixei meus filhos com o pai", conta Diana, com o queixo tremendo por ter se molhado na chuva.
Vivendo de bicos como auxiliar de bombeiro hidráulico, Ronaldo da Silva pagava R$ 450 de aluguel na comunidade do Rato Molhado, perto do prédio da Oi.
Os manifestantes estenderam uma bandeira do Brasil na frente da prefeitura e tentaram fechar a Avenida Presidente Vargas em alguns momentos. Um menor foi atropelado em uma dessas tentativas e teve ferimentos leves..