Cerca de 500 pessoas acampadas em frente à sede da prefeitura do Rio, na Cidade Nova, no centro, que estavam no prédio da empresa de telefonia Oi, desocupado na última sexta-feira, 11, formavam longas filas na tarde desta segunda-feira, 14, para embarcar em vans da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS).
O destino é um dos quatro postos de cadastramento na zona norte onde os nomes serão registrados para análise. Aqueles que comprovadamente não tiverem residência serão incluídos em projetos municipais.
A maior parte do grupo aceitou o acordo proposto pela secretaria para a saída da frente da Prefeitura, mas muita gente está desconfiada de que de nada vai adiantar desmontar o acampamento e ter o nome cadastrado. "Meu medo é de ter ficado aqui (acampada na frente da Prefeitura) esse tempo todo à toa", disse a dona de casa Aída Barbosa, de 50 anos. Os descontentes acreditam que a desmobilização vai enfraquecer o movimento e, com isso, será mais difícil conseguir casas para todos.
Mais cedo, a secretaria informou, por meio de nota, que quatro Centros de Referência de Assistência Social (Cras) na zona norte fazem o cadastramento das famílias para inclusão em programas sociais municipais. Segundo a nota, a prefeitura oferece transporte para os desabrigados chegarem aos Cras no Lins de Vasconcelos, Manguinhos, Engenho de Dentro e Cachambi, bairros nos arredores do Engenho Novo, onde fica o terreno da empresa de telefonia Oi.
"A Prefeitura do Rio permanece em diálogo constante com as famílias. As conversas estão sendo conduzidas pessoalmente pelo vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires. Durante todo o fim de semana, diversas reuniões foram realizadas entre representantes da prefeitura e das famílias. Ontem, foi montado um posto avançado em São Cristóvão, para atendê-las, mas ninguém compareceu", diz a nota.
"Na sexta-feira, 11, equipes de assistentes sociais estiveram no terreno no Engenho Novo, mas apenas 177 pessoas aceitaram apoio.