Ontem, o advogado Andrigo Reelato, primo do médico Leandro Boldrini, de 38 anos, pai de Bernardo, divulgou a primeira versão dele para o caso, depois de visitá-lo na prisão. "Ele disse que é inocente e quer se defender", relatou à Rádio Gaúcha. "Também falou que se ela fez, tem de pagar", complementou, referindo-se à madrasta, Graciele Ugolini, com quem Leandro tem uma filha de um ano e meio.
Bernardo desapareceu de casa, em Três Passos, no noroeste do Estado, no dia 4. O corpo foi encontrado na segunda-feira, dentro de um saco plástico, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de distância. Na mesma noite, a polícia prendeu o pai do garoto, a madrasta e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, de 40 anos, amiga de Graciele, sustentando que os três têm envolvimento com o crime, com participações individuais a serem esclarecidas.
A polícia confirma que dois fatores foram decisivos para a localização do garoto.
A polícia tem recebido informações de vizinhos e pessoas que conviveram com o casal. Há relatos de brigas, de ciúme que a madrasta sentia do garoto e de falta de atenção do pai, que levou dois dias para comunicar o desaparecimento à polícia.
Revolta
A avó Jussara Uglione demonstra revolta com o desfecho do caso e expõe uma dúvida que atormenta a família materna desde que a mãe de Bernardo, Odilaine Uglione Bordini, morreu dentro da clínica de Leandro, em 2010, aos 32 anos, quando estavam tratando do divórcio. A investigação policial concluiu que ela se suicidou.
O advogado de Jussara, Marlon Taborda, diz que poderá pedir a reabertura do inquérito. Taborda afirma que Odilaine teria fechado um acordo de divisão de bens com Leandro poucos dias antes de morrer e que Bernardo seria beneficiário da venda de um imóvel que foi do médico e da mãe dele..