Uma criança de 4 anos foi encontrada morta nesta manhã no complexo de favelas da Maré, zona norte do Rio, após ter desaparecido na noite dessa quarta-feira. O corpo do garoto foi localizado dentro da máquina de lavar da casa da própria mãe, Vanessa Lima dos Santos, de 31 anos. Segundo ela, o garoto brincava na porta de casa, por volta das 18h30, quando desapareceu após um tumulto na comunidade conhecida como Baixa de Sapateiro.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, que está neste momento realizando a perícia do local. O corpo da criança foi localizado nesta manhã. De acordo com a Força de Pacificação do Exército, que ocupa o conjunto de favelas desde o último dia 5, por volta das 18h30, militares que realizavam uma patrulha foram atacados com rojões. Segundo o Major Alberto Horita, assessor de imprensa das tropas militares, o grupo não revidou aos ataques e os suspeitos conseguiram escapar.
A mãe da criança desaparecida, em entrevista à TV Globo, afirmou que observava o filho brincar quando uma bomba foi lançada na rua. "Ele correu com as outras crianças. Mas ele não correu na minha direção nem foi para casa", disse Vanessa Lima, que trabalha como cozinheira e é mãe de outros quatro filhos.
Familiares da criança passaram a noite tentando localizar o garoto. Segundo o Major Horita, por volta das 22h, um grupo de moradores teria comunicado às tropas o desaparecimento da criança. Patrulhas teriam sido realizadas ao longo da noite, sem sucesso.
Esta é a terceira morte na favela em menos de duas semanas de ocupação pelas Forças de Pacificação do Exército. No último sábado, dia 12, Jeferson Rodrigues da Silva, de 18 anos, foi morto a tiros na comunidade Vila do João. Segundo o exército, a vítima morreu durante uma troca de tiros com suspeitos.
Já na última segunda-feira, 14, Teresinha Justino da Silva, de 67 anos, foi atingida por dois tiros ao deixar uma farmácia. Ela morreu no local e outra pessoa ficou ferida. Ainda não há informações sobre a autoria dos disparos. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que solicitou as armas dos policiais militares que atuavam na região naquele dia.
O Exército ocupa o conjunto de 15 favelas desde o último dia 5 com 2500 militares da Brigada Paraquedista e fuzileiros navais. Na segunda etapa, prevista para o segundo semestre, outros 4 mil militares da Força Nacional podem atuar na operação, batizada de São Francisco.
Duas semanas antes da chegada das Forças Armadas, a Polícia Militar também ocupou o conjunto de favelas. No período, de acordo com a Secretaria de Segurança do Rio, 16 pessoas foram mortas e outras oito ficaram feridas. Um arsenal de 101 armas foram encontradas.