Aos que continuam presos, os juízes negam o pedido de relaxamento de prisão sabendo que o sistema não pode garantir que as medidas sejam seguidas. Foi o que aconteceu com sete presos em flagrante por tráfico de drogas acompanhados pela Defensoria Pública.
Recebemos a decisão de um juiz em Suzano, que indeferiu a liberdade provisória. Ele já alega de antemão a falta de tornozeleira ou qualquer outro meio fiscalizador, diz o defensor Bruno Shimizu, do núcleo de Situação Carcerária da Defensoria.
As cautelares, para que tenham efetividade, precisam de intensa fiscalização do Poder Judiciário, o que, por ora, não se apresenta como medida viável, disse o magistrado Fernando Conceição, na decisão. A constatação do magistrado é generalizada no Judiciário. Estamos percebendo uma reclamação muito grande dos juízes pela aplicação de medidas alternativas e sua fiscalização, observa o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, João Ricardo dos Santos Costa.
Com a falta de monitoramento, os juízes decidem usar a fiança para permitir que o preso responda o processo em liberdade. Segundo o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), mesmo as fianças têm mantido os presos na cadeia porque eles não têm dinheiro.
O Estado de S. Paulo..