Com abertura marcada para a noite de terça-feira, a mostra Brasília em Cartaz – com 54 cartazes produzidos entre 1960 e os dias de hoje - promete levar os visitantes a uma viagem no tempo. As peças, selecionadas entre cinco mil cartazes do acerto do Arquivo Público do Distrito Federal, relembram festivais de teatro, cinema e concertos de música relevantes na capital do país.
O cartaz do espetáculo Os Saltimbancos do diretor Hugo Rodas é destaque. A peça é considerada, entre os artistas da cidade, como uma das que introduziram a produção teatral brasiliense. “Neste cartaz, o Cosme [artista que produziu a peça] pegou um desenho simples, de uma criança e combinou fontes de letras. O cartaz foi feito em 1977”, explicou o artista plástico e professor de desenho industrial na Universidade de Brasília (UnB), Nanche Las-Casas, que idealizou a exposição.
Para Nanches Las-Casas as novas tecnologias não eliminaramo o cartaaz, elaborado com técnicas tradicionais. “O cartaz ainda persiste de forma vigorosa no mundo inteiro: em todos os centros urbanos você vê uma produção de cartaz interessante. Se antes o cartaz era um veículo de massa, hoje, ele é um veículo de nichos. Trabalha em determinadas localidades para determinados públicos”, explicou.
A produção dos anos 80 do século passado ocupa a maior parte da exposição. Já a partir de 1990 a exposição de peças é menos contemplada. Segundo Las-Casas, muitos cartazes do acervo da cidade são importantes e poderiam complementar a história mostrada na exposição, mas ficaram de fora da seleção. O espaço destinado à mostra é pequeno e os cartazes foram dispostos de uma forma que possam ser vistos com clareza. “Muita coisa boa ficou de fora. Teremos que fazer outra mostra”, disse.
A exposição deve ser aberta a partir das 19h, com a premiação dos três primeiros lugares do concurso Brasília em Cartaz. A disputa atraiu estudantes, profissionais do design, artes visuais, comunicação social e arquitetura de todo o país.
O primeiro lugar ficou com os paulistas Diogo Damasio e Diego Ribeiro, que tentaram mostrar a visão da cidade como um signo de ousadia. O cartaz recria um dos pilares do Palácio da Alvorada com um recurso tridimensional. O segundo lugar será conferido a um grupo de brasilienses, que inscreveram seis cartazes e tiveram mais dois trabalhos premiados com menções honrosas.
Além dos premiados, os cartazes que receberam menção honrosa também ganharam espaço na exposição. Os organizadores do prêmio também fizeram uma eleição, na internet, para eleger, entre estes, o que mais chamou a atenção do público. A produção vencedora foi o cartaz do artista Diego Moscardini.