Foi identificado como Edilson da Silva dos Santos o homem morto a tiro na noite desta terça-feira, 22, durante protesto de moradores dos morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo. A manifestação, contra a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, foi muito violenta. Vias importantes do bairro, como a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, a Rua Raul Pompeia e o túnel Sá Freire Alvim, foram interditadas por barricadas de fogo.
Santos foi baleado na cabeça durante o confronto dos manifestantes e de policiais militares. Ele morava na comunidade, assim como o dançarino, de 26 anos, que trabalhava no programa Esquenta (Rede Globo), apresentado pela atriz Regina Casé.
O protesto, iniciado no início da noite, se estendeu pela madrugada. A situação agora é aparentemente calma. A Polícia Militar (PM) reforçou a vigilância nos acessos e no alto das favelas.
O complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo deveria estar pacificado. Mas, diferentemente do que o governo estadual alardeia já há cinco anos, desde que implantou uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), os tiroteios têm sido constantes.
A Polícia Civil informou ter aberto inquéritos para apurar as mortes de Santos e Pereira. Moradores responsabilizam policiais militares da UPP. No caso do dançarino, existe a suspeita de que ele tenha sofrido uma queda, porque o corpo não tinha marcas de tiros. Mas amigos e parentes acusam os PMs de o terem espancado até a morte na segunda-feira, 21. O corpo foi achado nesta terça 22, à tarde, em uma creche.