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Estado de Minas

Delegado diz que morte de coronel pode ter sido vingança

Bandidos roubaram outros bens de valor, mas investigação continua levantando outras hipóteses além do latrocínio


postado em 25/04/2014 18:19 / atualizado em 25/04/2014 18:31

O delegado-adjunto da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Fábio Salvadoretti, afirmou no fim da tarde desta sexta-feira, 25, não descartar nenhuma hipótese para explicar o assassinato do coronel da reserva do Exército Paulo Malhães, morto na noite dessa quinta-feira, 24, em um suposto assalto no sítio em que morava na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A possibilidade da morte ter relação com o depoimento de Malhães na Comissão da Verdade também é investigada.

"Não estamos descartando nenhuma hipótese. Pode ter sido um homicídio por motivo de vingança e até mesmo um latrocínio, uma vez que foram levados vários pertences da vítima". Segundo o delegado, os criminosos levaram dois computadores, pelos menos três armas antigas colecionadas pelo militar, um aparelho de som, joias e cerca de R$ 700 em dinheiro.

Segundo o policial, os assaltantes arrombaram a casa por volta de 13h de ontem e ficaram esperando a chegada de Malhães e de sua mulher Cristina Batista Malhães para rendê-los. O caseiro, identificado apenas com Rogério, que estava no terreno da propriedade, não teria percebido a invasão e também foi rendido.

Apenas um dos integrantes do bando estava encapuzado e, segundo o policial, eles tinham duas armas curtas e uma longa. Uma testemunha não identificada afirmou ter visto do lado de fora da propriedade outras duas pessoas supostamente responsáveis pela fuga.

O assalto durou até as 22h de quinta. Depois de render as vitimas, os criminosos separaram as três vítimas dentro da casa perguntando insistentemente por armas e joias e obrigando o caseiro e a mulher de Malhães a procurá-las.

Malhães foi mantido em seu próprio quarto, onde foi encontrado morto supostamente por asfixia. O corpo estava de bruços, com o rosto contra um travesseiro e apresentava sinais de cianose, que são características de sufocamento. Os criminosos amarraram Rogério e Cristina e foram embora depois do crime.

A mulher conseguiu se libertar das cordas durante a madrugada e chamou a Polícia Militar, mas os policiais alegaram que a área é perigosa e só chegaram de manhã. De acordo com o delegado Salvadoretti, a região da antiga Estrada de Madureira é objeto de disputa de várias facções criminosas.

Ex-integrante de órgãos de repressão política da ditadura civil-miltar de 1964-85, Malhães afirmou ter participado de torturas, assassinatos e desaparecimentos de militantes políticos, inclusive dos restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva. À Comissão da Verdade, ele também contou detalhes sobre o funcionamento da Casa da Morte de Petrópolis, na Região Serrana fluminense, um centro clandestino de tortura e homicídios mantido pelo Centro de Informações do Exército.


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