A terra Indígena Awá Guajá, no Maranhão, foi totalmente desocupada por não índios, conforme informou esta semana um comunicado da Fundação Nacional do Índio (Funai). O governo brasileiro vinha promovendo uma operação de desintrusão na reserva desde janeiro deste ano, em cumprimento a uma decisão judicial. Na terça-feira (15), um juiz federal e um procurador federal foram até a Aldeia Juriti, entregar aos Awá-Guajá o auto de desintrusão, que atesta a total retirada dos não-índios da terra.
A reserva tem cerca de 100 mil hectares e vinha sendo ocupada por pequenos agricultores, posseiros e madeireiros. Eles receberam notificação para deixar a área e tiveram prazo de 40 dias antes que as casas, estradas e cercas fossem destruídas. A estimativa é que 30% do território já foi desmatado, onde os agentes do governo federal observaram a presença de grandes propriedades. Uma vistoria realizada por representantes de diversos órgãos que participaram da operação atestou que a desintrusão estava completa.
A força-tarefa interministerial que coordenou a operação permanecerá na região até quarta-feira (30). Eles contam com o apoio da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas para evitar que os não índios retornem para a reserva. A Funai também possui uma estrutura de proteção montada numa base de operações ao norte, onde existia o povoado de Vitória da Conquista. Lá existem cancelas e sinalização sobre o território.