"Nestes protestos estão surgindo várias faixas com os dizeres 'fora UPP'. Será que isso é uma exigência da maioria das pessoas que vivem ali, ou apenas de um grupo de moradores que ficaram sem renda com a saída dos traficantes? É sabido que muitas pessoas que não necessariamente estavam ligadas ao tráfico eram contratadas para fazer a endolação, ou seja, preparar a droga para venda", explica Storani. "Está faltando coragem de as autoridades assumirem os erros do projeto, talvez por ser ano eleitoral. Mas a omissão abre espaço para alguém falar. É o que está acontecendo com a minoria que prega o fim das UPPs, que inegavelmente reduziram as taxas de criminalidade e devolveram o controle desses territórios para o Estado".
Além disso, na opinião do especialista, a raiz da crise das UPPs está no fato de o programa ter ficado pela metade. "A pacificação tem três fases: intervenção policial para retomada do território; ocupação social para integrar as favelas à cidade formal; e a retirada da polícia.