Fátima contou que caminhava na ciclovia, quando percebeu um carro reduzindo a velocidade e se aproximando dela. Um homem branco, com uma tatuagem de dragão no braço, e olhos castanhos claros mostrou uma pistola para ela. "Cala a sua boca ou eu vou calar", teria dito o homem.
Fátima assistiu a uma missa, em memória do seu filho, e em seguida foi à 13ª DP registrar queixa sobre a ameaça. O advogado Rodrigo Mondego, que acompanha o caso pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, disse que ainda vai conversar com Fátima sobre a oferta do governo do Estado.
A perícia realizada no Morro Pavão-Pavãozinho no dia seguinte à morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos, apontou que houve tiroteio recente na favela, informou o delegado Gilberto Ribeiro, titular da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema). Os peritos encontraram marcas de tiros nas paredes dos dois lados de uma quadra esportiva, próximo ao local em que o dançarino participava de um churrasco. Moradores acusam os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora de terem feito os disparos. Para o delegado, a perícia é indício de que houve confronto com traficantes.
O delegado enviou 50 cápsulas de projéteis da PM para análise no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, para serem comparadas com uma cápsula deflagrada e a ponta de uma bala recolhida nas proximidades do local em que DG foi encontrado morto.