A invasão ocorreu por volta das 20h30. Há versões diferentes para as razões do ataque à UPA. Uma delas, a de que moradores chegaram ao posto com uma pessoa ferida no tiroteio que, naquele momento, confrontava policiais militares e criminosos. Sem médicos para o atendimento, as pessoas, revoltadas, teriam decidido depredar o posto.
A versão policial é outra: o ataque à UPA (de atendimento emergencial) teria sido ordenado por traficantes vinculados à facção criminosa Comando Vermelho (CV), em represália à repressão ao tráfico de drogas desencadeada há três anos pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio, com a criação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).
No contêiner da UPA funciona também o Centro de Atendimento Psico Social (Caps) e a Clínica de Família, de consultas ambulatoriais. No momento do ataque, havia quatro pacientes com problemas mentais internados no Pacs. Sem ter para onde levá-las, os seguranças da unidade os levaram para as próprias casas, na comunidade, onde passaram a noite.
Nesta terça-feira, 29, Maria Elizabeth Gomes Pires, de 53 anos, esteve na UPA com a filha esquizofrênica Érica Pires, de 35. Não conseguiu atendimento.
"Minha filha fica o dia inteiro aqui.
A UPA teve todo os vidros externos quebrados. Os computadores, aparelhos de TV e peças de mobília foram ou destruídos ou furtados. Documentos e muito papel permaneciam espalhados pelas dependências nesta manhã..