Durante o horário de pico da tarde -- que vai das 17h às 20h --, a redução foi de 9,7 km/h para 6,9 km/h de um ano para o outro. Esses são os dois patamares mais baixos de toda a série histórica, iniciada em 1997. Tais resultados revelam que o rodízio perdeu a eficácia no ano passado.
Os dados compõem a 16ª avaliação da Operação Horário de Pico, um relatório publicado anualmente pela CET para apurar os impactos do rodízio de veículos no trânsito da capital paulista. A restrição passou a valer em outubro de 1997, durante a gestão do prefeito Celso Pitta, já falecido.
Durante o pico da manhã (entre as 7h e as 10h), o patamar em 2013 foi de 21 km/h, menor do que o verificado no ano anterior, de 23,3 km/h.
O único horário do dia em que o trânsito marcou uma velocidade média maior em comparação com 2012 foi na hora imediatamente posterior ao término da vigência do rodízio pela manhã, ou seja, entre as 10h e as 11h. Nesse horário, a velocidade média do trânsito subiu de 13,6 km/h há dois anos para 16,3 km/h em 2013.
Vias
Contudo, nas vias de trânsito rápido, a velocidade média aumentou no período, passando de 42, km/h para 52 km/h, um incremento de 25%, se considerado o horário de pico da manhã. Na faixa restritiva da tarde, o trânsito ficou mais lento, com uma variação negativa de 20%, passando de 22 km/h para 18 km/h.
Já as vias arteriais, houve aumento nos dois horários.
Lentidão
Outro indicador da CET divulgado nesta terça-feira revela que a lentidão geral na cidade de São Paulo não para de subir a partir do fim da manhã. Entre as 10h30 e as 16h30, a capital teve no ano passado, em média, 50 km de congestionamentos por dia útil, 9% a mais que os 46 km do ano anterior.
Durante o horário de pico da tarde, a lentidão cresceu ainda mais, passando de 92 km em 2012 para 110 km em 2013.
Mais carros, mais trânsito
Um dos motivos que podem explicar a perda da eficácia do rodízio é o índice de motorização da capital paulista, que atingiu no ano passado o seu nível mais alto em toda a história. Segundo o relatório da CET, em 2013, a cidade registrava 66,2 veículos para cada 100 habitantes. No ano anterior, o patamar era de 64,7.
Para se ter uma ideia de como São Paulo está abarrotada de veículos, o nível de 2013 era quase duas vezes maior do que o registrado na cidade no ano de 1990, quando havia 36 veículos para cada grupo de 100 habitantes.
De acordo com a CET, no período de vigência do rodízio, ou seja, desde 1997, "o crescimento da frota foi proporcionalmente muito superior ao da população", já que, "enquanto a população aumentou 12,9% de 1997 a 2013, a frota registrada na capital apresentou um incremento de 61,9%".
Ampliação
O debate sobre a menor obediência ao rodízio por parte dos paulistanos é verificado em um ano em que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) cogita ampliar a restrição para vias fora do centro expandido da capital.
No início do ano, o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que essa expansão ocorreria até abril, algo que, no entanto, não se concretizou..