O tema está em debate no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o Sindicato Nacional dos Editores de Livros questiona um artigo do Código Civil que tem sido usado em decisões judiciais para sustentar decisões de censura prévia de publicações.
A mudança aprovada na Câmara altera o artigo questionado no STF. O Código Civil passaria a deixar expresso que "a ausência de autorização não impede a divulgação de imagens, escritos e informações com finalidade biográfica de pessoa cuja trajetória pessoal, artística e profissional tenha dimensão pública ou esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade".
Os deputados, porém, incluíram uma ressalva de que por decisão de juizado especial é possível retirar trechos em edições futuras.
Relator da proposta, Alessandro Molon (PT-RJ) acredita que foi encontrado um equilíbrio entre os argumentos de defesa do direito à privacidade e à liberdade de expressão. "Esse acordo permitiu uma fórmula que equilibra esses direitos em aparente oposição", disse o petista. Uma das poucas vozes a se manifestar contra a proposta, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) argumentou que cabe ao Judiciário definir qual dos direitos deve prevalecer na análise individual de cada obra. "Não cabe à lei dar prevalência a um direito em relação ao outro", argumentou.
O deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) defendeu após a votação uma nova alteração a ser feita no Senado. Ele sugere que seja restringida a possibilidade de recorrer a juizados especiais para evitar que ações repetidas sejam apresentadas em vários foros com a intenção de prejudicar o autor da publicação, que teria dificuldade em fazer uma defesa eficiente. Ele destacou que a prática de ações em vários foros já foi usado no caso de publicações jornalísticas..