O médico Leandro Boldrini disse que sua mulher, a enfermeira Graciele Ugulini, "odiava" seu filho do primeiro casamento, Bernardo, e se referia a ele como "uma semente do mal" que tinha "puxado aquela louca da mãe dele (Odilaine Uglione), que tinha se matado". As declarações constam no depoimento que Boldrini deu à polícia na prisão. A transcrição foi divulgada nesta quarta-feira, 07, pelo site do jornal Zero Hora, que teve acesso ao documento.
O pai também contou que, na data de desaparecimento de Bernardo, foi comunicado por Graciele que o garoto dormiria na casa de um amigo. Segundo ele, o fim de semana do casal foi rotineiro. O médico contou ter ligado várias vezes para o celular do filho, sem sucesso. No domingo à noite, após procurar pelo menino e não encontrá-lo, registrou boletim de ocorrência na delegacia de Três Passos.
Bernardo, de 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril. O pai, a madrasta e uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, estão presos suspeitos do crime desde então.
Graciele, que viajou ao município de Frederico Westphalen na companhia do garoto e voltou sem ele, isentou o médico de culpa e atribuiu a morte de Bernardo à ingestão "acidental" de calmantes. Edelvânia admite participação na ocultação do cadáver. Boldrini se diz inocente.