No dia em que manifestantes saíram às ruas em pelo menos nove cidades brasileiras para reivindicar políticas públicas de qualidade ou para ameaçar fazer greve, a presidente Dilma Rousseff ficou sem saída.
A cinco meses da eleição presidencial, e no momento em que a comunidade internacional está com os olhos voltados para o Brasil — receosa pela segurança de milhares de turistas, não só pelos protestos, mas pela escalada da violência em todo o país —, o governo insiste em minimizar o problema, alimentando as críticas da oposição. Agora, não são apenas os black blocs que acendem o sinal de alerta: a interrupção de serviços públicos também representa uma ameaça.
Na pista de pouso próxima ao estádio, Dilma se comprometeu a estudar a inclusão do segmento no programa federal Minha Casa, Minha Vida. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, 467 ônibus eram depredados. Moradores de Florianópolis também protestaram por melhores serviços de transporte. O dia foi marcado ainda pelo lançamento da campanha “Brasil, chega de bola fora!”, capitaneada em mais de 20 países pela Anistia Internacional, com o objetivo de garantir o direito à manifestação pacífica durante o Mundial.
Cinco protestos de sem-teto, criticando os gastos com a realização da Copa e cobrando moradias populares, interditaram vias importantes da capital paulista. A movimentação do grupo só arrefeceu quando a presidente Dilma recebeu representantes dos manifestantes no bairro de Itaquera, onde fica a Arena Corinthians, na Zona Leste de São Paulo.