A juíza Andreia Florencio Berto concedeu uma antecipação de tutela pedida pelo Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) sobre a greve dos rodoviários, que começou hoje, no plantão judiciário desta terça-feira (13).
A decisão determina que Helio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luiz Cláudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, considerados líderes do movimento que convocou a greve ontem, devem “se abster de promover, participar, incitar greve ou paralisação”, bem como de “praticar atos que impeçam, ameacem ou dificultem o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público”.
O sindicato das empresas alegou que a paralisação do dia 8 causou grande prejuízo ao setor. Na ação, o Rio Ônibus pediu também que os réus mantivessem distância das garagens das empresas. A juíza, contudo, considerou que essa determinação violaria o direito constitucional de ir e vir.
A Justiça também determinou que os prazos processuais de hoje estão suspensos em todas as comarcas do estado, por causa da paralisação do transporte rodoviário. O Ato Executivo foi assinado pela presidenta do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargadora Leila Mariano.
A Polícia Federal no Rio de Janeiro também fez mudanças no serviço de emissão de passaporte. Por causa da greve, os postos do Shopping Rio Sul e do Shopping Leblon estão fazendo apenas a entrega do documento de viagem hoje. Quem tinha horário agendado deve guardar o comprovante e se dirigir aos postos entre os dias 15 e 30 de maio, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h. A Polícia Federal lembra que deve ser observado o prazo de 90 dias, para que o sistema não cancele o documento. Nos postos Shopping Via Parque e no aeroporto Tom Jobim, o atendimento segue normalmente.
A Polícia Militar confirma sete detidos durante as manifestações de hoje. E a Polícia Civil informa que um casal foi detido pela manhã na Avenida Brasil, por perturbação ao transporte público. Os dois rodoviários entraram em um coletivo da Viação Via Rio - Linha 945 (Pavuna–Fundão) e tiraram as chaves do carro, na altura do bairro da Penha.
A mobilização é organizada por rodoviários que não concordam com o acordo fechado, no mês passado, pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sintraturb) do Rio de Janeiro. Eles querem 40% de reajuste e R$ 400 de tíquete-alimentação, além do fim da dupla função de motorista e cobrador.
A Agência Brasil tentou entrar em contato com Helio Alfredo Teodoro e Luiz Cláudio da Rocha Silva, mas não teve sucesso. Neste momento, os rodoviários realizam assembleia para discutir ações da greve.