Representantes do movimento grevista dos motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro disseram, no fim da tarde desta terça-feira, 13, que não é possível atender a liminar da Justiça do Trabalho que determinou que 70% dos profissionais retornem ao trabalho imediatamente. Segundo eles, uma nova assembleia da categoria está marcada para as 16h de quinta-feira na Igreja da Candelária, no centro do Rio, ocasião em que serão decididos os rumos do movimento. A paralisação de 48 horas começou à 0h desta Terça-feira.
Além dele, participaram da entrevista coletiva realizada na sede da CSP-Conlutas, no centro do Rio, advogados da central sindical e outros dois porta-vozes do movimento grevista, o motorista Luiz Fernando Mariano e a cobradora Maura Lucia Gonçalves. Segundo eles, essa paralisação ocorreu porque na última segunda-feira o sindicato das empresas de ônibus do Rio (Rioônibus) se recusou a negociar a pauta de reivindicações dos grevistas durante reunião de conciliação ocorrida na Justiça do Trabalho.
Os grevistas, que formam uma dissidência do Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano), exigem o fim da dupla função de motorista e cobrador, além de reajuste salarial de 40% e cesta básica de R$ 400. O Sintraturb havia assinado acordo com o Rioônibus que garantiu aumento de 10% e cesta básica de R$ 140.
"Esperamos que venham negociar. Estamos abertos a propostas, nossa principal luta é pelo fim da dupla função, porque isso coloca em risco as vidas dos rodoviários e da população", disse Maura Gonçalves. Segundo os grevistas, a paralisação desta terça-feira teve adesão de 80% da categoria. "A ganância dos donos das empresas de ônibus não tem limites. Querem cortar todos os cobradores e implantar a dupla função. Não são os filhos dos ricos que andam de ônibus. Convocamos a população a se solidarizar. É uma questão de vida, e não apenas econômica. A melhor saída é a negociação", disse Renato Gomes, da Executiva Estadual da CSP-Conlutas.