Na prática, se chover menos do que a média histórica do período em 15 dias, por exemplo, a proposta é diminuir proporcionalmente a vazão máxima de água que poderá ser retirada do sistema nos 15 dias seguintes. A proposta está sendo discutida entre a Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista.
Os dois órgãos devem definir as novas regras de retirada de água do Cantareira a partir de amanhã, quando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deve iniciar a captação da reserva profunda.
Hoje, por exemplo, a Sabesp pode retirar até 22,4 mil litros dos principais reservatórios do sistema para abastecer a Grande São Paulo. A região de Campinas fica com até 3 mil litros, independentemente da quantidade de chuva que cai nas represas. Só em abril, por exemplo, o déficit entre o volume de água que entrou e o volume que saiu foi de 9,1 mil litros por segundo, ou 23,6 bilhões de litros no mês. Só ontem, o prejuízo foi de 19,5 mil litros por segundo.
Nossa posição é: choveu menos, tira menos; choveu mais, tira mais. Com critério de retirada semanal, no máximo quinzenal, a partir das vazões afluentes, porque estamos diante de um quadro de anomalia absoluta, no qual não podemos fazer previsões a longo prazo. Precisamos trabalhar com intervalos curtos, afirmou o presidente da ANA, Vicente Andreu.
Ele e técnicos do DAEE estiveram ontem em Campinas para debater medidas de contingência que podem ser adotadas na região para enfrentar a crise de abastecimento.
Em nota, a agência federal negou que tenha feito as projeções. Segundo a ANA, se forem mantidas as condições atuais de retirada de água do Cantareira pela Sabesp (cerca de 21 mil litros por segundo) e a média histórica retirada pelas Bacias do PCJ no inverno (cerca de 7 mil litros), em um cenário no qual a vazão afluente ao sistema tem sido 60% da mínima histórica, faltariam 10 mil litros por segundo para suprir a demanda por água. Esse foi um exercício que fizemos, não é uma projeção, disse Andreu.
Sem racionar.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o volume morto será suficiente para garantir o abastecimento sem racionamento. Se não tiver nenhum fato superveniente, analisando a mínima histórica de vazão, nós chegamos à próxima estação das chuvas (o sistema) cobre o final do outono e o inverno. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..