Izabella tem "passado um pito" em prefeitos e empresários que ficaram pedindo mais prazo, em vez de aproveitar o tempo para discutir como solucionar o problema das pequenas cidades, as formas para implementar a logística reversa ou tentar estabelecer novas formas de isenções tributárias que auxiliassem nesse processo.
"Todo mundo fica discutindo o que vai acontecer se não acabarmos com todos os lixões do Brasil até 2 de agosto. Só que desde 1998 a Lei de Crimes Ambientais já diz que é crime colocar rejeitos em locais não apropriados. Então não é de agora."
O Ministério do Meio Ambiente ainda não tem um levantamento de quantas cidades estão em desacordo com a meta dos lixões, mas Izabella disse que o maior gargalo está nas cidades pequenas, em especial no Nordeste. Dos 5.570 municípios brasileiros, menos de 250 são responsáveis por 80% da geração de resíduos.
Ela reconhece que a lei não levou em consideração essas diferenças. "A estratégia imediata foi resolver nos grandes. A demanda era resolver de forma permanente neles. Com isso na cabeça, teria de trabalhar com prazos e caminhos diferenciados em regiões que às vezes não tem infraestrutura nem de deslocamento.
"Mas não estou criticando a lei ou dizendo que temos de mudá-la, mas temos de aperfeiçoar sua aplicação", complementou a ministra, dando a entender que poderia discutir cada situação a partir de agora. Segundo ela, o momento é de trabalhar. "Adiamento é 'bobagem'", afirma Izabella.
Futuro e punições
"Sabemos que existe um componente social altíssimo, do empresariado ao catador, tem um componente tecnológico fortíssimo, e tem uma equação urbana a ser feita. E isso significa discutir meio ambiente nas cidades, não é só nos ecossistemas. É o que estamos tentando fazer, mobilizar todas essas pessoas", disse, em relação ao que o Ministério do Meio Ambiente vai fazer em relação às cidades que não conseguirem cumprir as metas.
Ela evitou falar em responsabilizações e chamou para o diálogo. "Não posso achar que um prefeito que tentou fazer um aterro e não conseguiu quis cometer um crime. Tenho de buscar soluções para essas pessoas, num diálogo com Ministério Público e todos os setores."
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..