O comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel José Carlos Pereira, está reunido, na manhã desta quarta-feira, com o governador João Lyra. De acordo com uma fonte oficial da Polícia Militar, que não quis se identificar, após o encontro no Palácio do Campo das Princesas, o comandante deve seguir para o Quartel do Derby para se reunir com os comandantes da corporação no estado. Em pauta, a greve dos bombeiros e policiais militares de Pernambuco, deflagrada na noite de ontem.
O oficial não confirmou os boatos que surgiram pelas redes sociais esta manhã, de que o comandante geral teria entregue o cargo ao governador. Na PM há 29 anos, o coronel Carlos Pereira, que antes exercia a função de diretor integrado do Interior II, substitui o coronel Marcos Aureliano no mais alto cargo da corporação desde junho de 2013.
Na Praça da República, em frente ao Palácio, é grande a mobilização de grevistas. A categoria se reúne em assembleia na manhã de hoje para decidir se, durante a paralisação, ficará nos quartéis ou se acampa nas proximidades da sede do governo do estado.
De acordo com o movimento, liderado pelo soldado Joel e pela tenente coronel Conceição Antero, comandante do 19º Batalhão, os PMs que estão no local estariam de folga hoje, enquanto os de plantão estariam aquartelados. Segundo os grevistas, a adesão é grande em todo o estado e caravanas do interior estariam seguindo em direção ao Recife, para engrossar a manifestação.
Ainda não há sinalização para que uma comissão de grevistas seja recebida no Palácio. O impasse entre a categoria e o governo do estado continua. Os militares ainda aguardam resposta para a pauta de reivindicações, composta por 18 ítens, com destaque para o reajuste salarial de 50% para soldados e 30% para oficiais a partir de janeiro, melhores condições de trabalho e implantação do plano cargos e carreiras.
O governo anunciou um reajuste de 14,55% a partir de junho e garantiu que a população não ficará desassistida durante a paralisação.
Durante a noite e madrugada de hoje, o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) não estaria repassando as ocorrências para os batalhões. Também há informações de que no 1º e o 17º Batalhões, de Olinda e Paulista, respectivamente, os policiais passaram a noite e a madrugada aquartelados, ou seja, permaneceram de plantão dentro dos quartéis, sem realizar rondas ou sair às ruas para atender chamados.
Além disso, os 110 policiais militares escalados para participar, nesta quarta-feira, de uma opereração realizada pela Secretaria de Defesa Social (SDS) para capturar suspeitos de tráfico de drogas, roubo e homicídios com atuação Camaragibe, teriam faltado ao chamado. Os trabalhos estão sendo realizados apenas com a participação de policiais civis.