Ontem, os peritos responsáveis pelo laudo que provocou a anulação do júri, no qual o ex-cirurgião Farah Jorge Farah foi condenado a 13 anos de prisão, voltaram a ser ouvidos.
"Ele se sentia inferiorizado em relação à mulher", disse aos jurados o psiquiatra Marco Antonio da Silva Beltrão. Segundo ele, o acusado sofre de uma "personalidade limítrofe", com características que faziam com que ele, diante da situação, "não pudesse agir de uma forma diferente da forma que agiu".
A defesa sustenta que Farah era perseguido pela paciente e, no momento do assassinato, ficou com a consciência ausente por cerca de 12 horas. O laudo do Imesc foi feito em um incidente de insanidade mental, a pedido do juiz do caso. Em janeiro do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mandou refazer o júri porque essa prova havia sido desconsiderada no julgamento realizado em 2008.
Psicanalista, Beltrão entrou em detalhes psicológicos da mente de Farah. "Havia uma figura materna - uma poderosa mãe fálica - e um pai com uma posição ausente." O médico diz que o réu não teria a mesma atitude contra um homem.
A psiquiatra Hilda Clotilde Penteado Morana explicou as conclusões que teve com testes psicológicos aplicados no réu. Ela analisou o padrão das respostas que o ex-cirurgião deu ao olhar desenhos em pranchas, com formatos simétricos. "Quando ele sente uma aflição muito intensa, ele se descontrola", disse Hilda, que descreveu o réu como uma pessoa "instável" e "que sofria demais".
Acusação
A acusação utiliza um outro lado, elaborado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), elaborado no processo que cassou a licença para Farah exercer a profissão.
O julgamento de Farah deverá terminar até a quinta-feira..