A principal tese da defesa é que o ex-cirurgião estava fora de si e não pode ser julgado pelos crimes que cometeu naquele momento. Farah usou no interrogatório uma voz suave, com o mesmo tom descrito pelos peritos do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), que o declararam lúcido, mas com personalidade "dramática". O réu contou que sentiu vontade de morrer no dia em que matou a vítima. "Ainda tenho vontade de morrer."
"Eu não estava no meu normal e não lembro de nada, nem de colocar os sacos no carro", disse ele. "Foi terrível. Não dá pra lembrar, pois não foi premeditado e nem consciente.
Segundo Farah, o assassinato foi um ato de "legítima defesa" pela sua vida e por seu pai e sua mãe. Ambos foram citados constantemente no depoimento - o laudo oficial feito a pedido do juiz afirmou que Farah tinha sérios problemas por causa do relacionamento com os pais, no qual a mãe assumia um poder fálico na sua mente.
Agora, o julgamento chega à fase de debates. Depois, o conselho de jurados se reunirá na sala secreta para dar o veredicto. A intenção do juiz Rodrigo Tellini é seguir com os trabalhos até se chegar a uma sentença. Isso deverá ocorrer entre a noite desta quarta e a madrugada de quinta-feira..