O entendimento do governo é que é preciso ganhar a batalha na mídia e, por isso, há mobilização das autoridades para que promovam um contra-ataque completo, no sentido de defender a realização da Copa e todo o legado a ser deixado por ela. Nesta linha, a própria presidente Dilma comandou, no Planalto, a cerimônia de compromisso pelo emprego e trabalho decente na Copa do Mundo onde afirmou: "Nós não negamos os conflitos, nós temos de conviver com eles". Além disso, salientou que "não há nenhuma vergonha em divergir" já que "cada um tem uma posição". "A vergonha está em não reconhecer isso, a vergonha está em não buscar o consenso possível", continuou a presidente, passando a cumprimentar os que estavam ali assinando o acordo que considerou "um exemplo de como se relacionar dentro de uma sociedade democrática em que todos os direitos são respeitados".
A presidente aproveitou o discurso para apelar a todos os brasileiros para que recebessem bem os turistas brasileiros e estrangeiros que assistirão a "Copa das Copas" e avisou que "o legado da Copa é nosso". E emendou: "porque ninguém que vem aqui assistir a Copa leva consigo, na sua mala, aeroporto, porto, não leva obras de mobilidade urbana, nem tampouco estádios. O que eles podem levar na mala? É a garantia e a certeza de que este é um país alegre e hospitaleiro.
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, ao ser questionado se o fracasso das manifestações ao longo do dia era um sinal de que as manifestações da Copa não levarão tanto problema para o País, foi cauteloso e disse que não poderia fazer projeções para o futuro. "Nós apostamos que as manifestações ocorram, mas ocorram pacificamente e fazer uma projeção é muito perigoso", disse ele, reconhecendo que "a conjuntura pode mudar". E emendou: "nós preferimos não arriscar nem subestimar nenhuma capacidade de mobilização. Mas, nós apostamos, muitas das manifestações ocorreram porque as pessoas não tinham um conjunto de informações sobre a Copa do Mundo, o seu real significado, a sua janela de oportunidade".
Segundo Carvalho, as manifestações recrudesceram porque foi muito difundida, de "maneira equivocada", a ideia de que a Copa estava roubando o dinheiro da educação e da saúde. "Nós estamos provando nos diálogos que não é verdade. O Brasil, nos 4 anos de preparação da Copa, investiu em Saúde e educação R$ 800 bilhões. Nos estádios, foram gastos R$ 8 bilhões, boa parte deles não é dinheiro público, portanto não tem lógica isso"..