Jornal Estado de Minas

Dezenas de manifestações em todo o país colocam em xeque segurança da Copa

Recife viveu a situação mais tensa devido à greve de PMs

Amanda Almeida Felipe Castanheira

Considerada pelo governo federal como um dia de testes da segurança na Copa do Mundo e de termômetro para medir os ânimos dos manifestantes, a quinta-feira foi marcada por protestos de categorias trabalhistas em várias cidades do país e pela violência em ato contra o Mundial em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Os problemas mais graves, entretanto, ocorreram em Pernambuco. Depois de um dia de medo, que colocou em xeque a preparação de uma das 12 cidades sedes do evento, Recife encerrou a quinta-feira com a notícia do fim da greve de policiais militares e de bombeiros.

A situação em Pernambuco deve se repetir em outras unidades da Federação, o que já acende o sinal de alerta no governo. Entidades que representam policiais civis, federais, rodoviários federais e militares prometem uma paralisação, em todo o país, na próxima quarta-feira. De acordo com a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, o objetivo é “cobrar do Executivo federal uma política nacional de segurança pública voltada para defender os cidadãos e melhorar as condições de trabalho da força policial”. Outras cinco entidades participam da organização do movimento. Em Brasília, o plano é fazer uma passeata na Esplanada.

Em Pernambuco, foram dois dias de paralisação. Embora a Força Nacional de Segurança tenha sido acionada para tentar amenizar a greve dos PMs, ontem, moradores viveram um dia caótico.
A tensão começou na madrugada, com pelo menos oito homicídios. Durante o dia, houve dezenas de arrastões. No centro da capital pernambucana, comerciantes preferiram manter lojas fechadas ou trabalhar com portas pela metade. Balanço parcial de ocorrências divulgado pelo Sindicato dos Empregados do Comércio do Litoral Norte à tarde apontava que cerca de 200 lojas haviam sido assaltadas na região metropolitana.

Parte dos servidores públicos e estudantes foi dispensada dos trabalhos e das aulas. No fim da tarde, as ruas da capital lembravam feriados e fins de semana, com trânsito livre e poucos pedestres. Moradores relataram também saques nas rodovias federais. Na BR-101, no trecho que passa por Recife, segundo a Polícia Rodoviária Federal, um sofá em chamas foi colocado na pista para obrigar os motoristas a reduzirem a velocidade, o que facilitou a ação dos criminosos. As ações ganharam destaque na imprensa internacional.

 

Com informações do Diário de Pernambuco

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