Jornal Estado de Minas

Caminhoneiros fincam cruzes na Esplanada contra ampliação de jornada

André Shalders
Cinco mil cruzes foram colocadas por caminhoneiros em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios - Foto: Oswaldo Reis/Esp. CB/D.A Press

O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta segunda-feira (19/5) coberto por cruzes brancas, numa alusão às mortes ocorridas nas estradas brasileiras. A intervenção foi organizada por sindicalistas que representam os caminhoneiros e motoristas profissionais, em protesto contra o projeto de Lei que prevê a ampliação da jornada de trabalho para até 12 horas diárias.

A proposta, aprovada pelo Plenário da Câmara dos Deputados no dia 29 de abril, foi discutida em uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, na manhã de hoje. Além de sindicalistas, participaram da sessão o senador Paulo Paim (PT-RS) e o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Douglas de Almeida. Os participantes foram unânimes nas críticas ao projeto. “A lei anterior demorou 40 anos para se tornar realidade e agora, de um momento para outro, alteram radicalmente a legislação, segundo informações que eu tive, sem sequer ouvir os trabalhadores, as Centrais, a Confederação, os sindicatos dos trabalhadores do transporte”, disse o Paim. Existe a possibilidade de que a lei seja votada ainda esta semana no Senado.

Na noite de 29 de abril, o Correio Braziliense flagrou um pagamento em dinheiro às pessoas que ocupavam as galerias momentos antes para aplaudir a proposta. Conforme mostrado posteriormente pelo jornal, a maioria dos supostos caminhoneiros era formada, na verdade, por trabalhadores da área de limpeza e segurança da Câmara. .