O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta segunda-feira (19/5) coberto por cruzes brancas, numa alusão às mortes ocorridas nas estradas brasileiras. A intervenção foi organizada por sindicalistas que representam os caminhoneiros e motoristas profissionais, em protesto contra o projeto de Lei que prevê a ampliação da jornada de trabalho para até 12 horas diárias.
A proposta, aprovada pelo Plenário da Câmara dos Deputados no dia 29 de abril, foi discutida em uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, na manhã de hoje. Além de sindicalistas, participaram da sessão o senador Paulo Paim (PT-RS) e o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Douglas de Almeida. Os participantes foram unânimes nas críticas ao projeto. “A lei anterior demorou 40 anos para se tornar realidade e agora, de um momento para outro, alteram radicalmente a legislação, segundo informações que eu tive, sem sequer ouvir os trabalhadores, as Centrais, a Confederação, os sindicatos dos trabalhadores do transporte”, disse o Paim. Existe a possibilidade de que a lei seja votada ainda esta semana no Senado.
Na noite de 29 de abril, o Correio Braziliense flagrou um pagamento em dinheiro às pessoas que ocupavam as galerias momentos antes para aplaudir a proposta. Conforme mostrado posteriormente pelo jornal, a maioria dos supostos caminhoneiros era formada, na verdade, por trabalhadores da área de limpeza e segurança da Câmara.