São Paulo, 21 - O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), José Valdevan de Jesus Santos, conhecido como Noventa, afirmou nesta terça-feira, 20, que a paralisação foi política. Ele disse que o movimento começou de forma isolada, com funcionários da Empresa Santa Brígida, e se alastrou pela cidade.
"Acredito que há algo por trás, que há um jogo para causar o desgaste da direção do sindicato e do presidente. Tem alguém que está comandando isso", afirmou Noventa. Integrantes da atual diretoria são ou já foram funcionários da empresa. Entre eles, está Edivaldo Santiago da Silva, ex-presidente do Sindmotoristas e atual secretário de Finanças do sindicato.
"Queria entender isso que a Santa Brígida está fazendo, principalmente por ser uma garagem que tem cinco diretores do sindicato", afirmou Noventa.
No ano passado, Silva esteve ao lado do atual presidente. Eles formavam a chapa de oposição nas eleições do sindicato e paralisaram terminais de ônibus na capital. As principais demandas eram o reajuste salarial de 22% e a participação nos lucros de R$ 1,5 mil. Na segunda, cerca de 4 mil trabalhadores aprovaram em assembleia na sede do sindicato, na Liberdade, reajuste de 10% e participação de R$ 850.
Noventa afirmou que o movimento desta terça foi "desordeiro". A Santa Brígida é conhecida entre os funcionários das empresas por não aderir às manifestações e não comparecer às assembleias do sindicato. "Eles (os trabalhadores) estão falando que é um movimento deles, mas nós sabemos que não. Principalmente porque a Santa Brígida nunca teve coragem de fazer nada", afirmou o presidente do Sindmotoristas.