A favela da Vila Kennedy foi ocupada em março pelas forças de segurança. A UPP inaugurada ontem conta com 250 policiais militares e vai beneficiar 40 mil moradores em sete comunidades. Apesar do clima de festa, alguns moradores criticaram a maneira como a polícia age "depois que o governador vai embora". "Para a imprensa fica tudo bonito. Depois, é a truculência de todo dia", afirmou uma moradora de 36 anos.
"A paz facilita a entrada de médicos e professores. Eles não querem trabalhar em área conflagrada. Levantamento da Secretaria da Educação diz que onde há UPP a presença na escola aumentou até 70%", afirmou Pezão. O governador prometeu voltar à favela com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) para apresentar à população "um pacote de benefícios", que incluiria a abertura de agências bancárias.
O comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, disse que "sempre há necessidade de uma integração maior com as comunidades". "Temos que fazer uma autocrítica. O tráfico era dono do morro, e não pode agora a polícia virar dona do morro. O morro é dos moradores."
Ele disse que em junho o Conselho de Gestão Comunitária de Segurança deve começar a funcionar em duas favelas (Cidade de Deus e Mangueira). Nesse fórum de discussão mensal os moradores vão definir, por exemplo, se um baile funk será realizado, até que horas pode ter música alta e outras questões que preocupem os moradores. O conselho reunirá ONGs, associações e lideranças comunitárias.
Protestos.
O governador Pezão voltou a minimizar o risco de protestos violentos no Rio durante a Copa. "Vamos dar segurança como sempre demos. Fizemos a Rio 92, a Rio Mais 20, a Copa das Confederações. Agora teremos mais de 20 mil homens na segurança pública. Vamos torcer para que as manifestações sejam pacíficas e para que, caso saiam de controle, consigamos controlá-las"..