Terminou sem acordo uma audiência de conciliação realizada na manhã desta terça-feira, 27, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da Bahia, entre representantes das empresas de transporte público de Salvador e de trabalhadores do sistema. O TRT-BA propôs que fosse mantido o reajuste de 9% nos salários - proposta que havia sido feita pelos empresários e aceita pelo sindicato da categoria ontem -, mas que os vales-alimentação fossem aumentados para R$ 14, ante os R$ 13,30 oferecidos pelos patrões.
Acompanhado por escolta policial e chamado de traidor, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado da Bahia (Sintroba), Hélio Ferreira, disse que, agora, apoia a greve. Por ter aceitado acordo proposto pelos empresários, o líder sindical foi hostilizado pelos cerca de mil trabalhadores do sistema rodoviário de Salvador que o esperavam desde a tarde de segunda-feira, 26, na sede do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia)
Após a paralisação ter sido tratada pelo sindicato como "movimento de uma minoria", Ferreira disse nesta terça-feira, 27, aos trabalhadores, que errou ao aceitar a proposta dos empresários e se justificou dizendo que "sofre grande pressão" em seu cargo. Em seguida, afirmou que o sindicato passa a integrar a paralisação, iniciada na noite de ontem - e que não há previsão de retorno dos trabalhadores às atividades pelo menos até sexta-feira, quando será julgado o dissídio coletivo da categoria, pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da Bahia.
O advogado do sindicato, Gervásio Primo, lembrou, porém, que o TRT-BA já determinou que 70% dos ônibus devem estar nas ruas nos horários de pico durante a paralisação e que pelo menos 50% da frota deve circular ao longo do dia, sob pena de multa diária para o sindicato de R$ 100 mil. Segundo o sindicato, porém, ainda não há previsão para o início do cumprimento da determinação judicial.