As lideranças dos movimentos que participaram do protesto contra a Copa do Mundo, nesta terça-feira (27/5), acusaram os policiais de terem descumprido o acordo dos limites de até onde o protesto poderia chegar, o que causou o início dos confrontos.
Segundo os representantes do Comitê Popular contra a Copa do Mundo, o Juntos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e dos indígenas, o acordo com o comando da corporação era de que eles não poderiam chegar próximo à cerca envolta da tenda que abriga a taça da Fifa. No entanto, a cavalaria fazia um cordão de isolamento no semáforo próximo à Torre de TV, a pelo menos 700 metros do local combinado, o Estádio Mané Garrincha.
Os indígenas, que estavam à frente, continuaram a dançar os rituais, o que provavelmente assustou os cavalos e nesse momento, segundo eles, foram disparadas as bombas de gás lacrimogênio, e por isso, atiraram flechas contra os policiais.
Os índios disseram que estavam armados com arcos, flechas e bordunas - cassetetes de madeira - porque faz parte da cultura deles. "Fazem parte da cultura indígena e estão presentes em todos os rituais do cotidiano". No momento, eles faziam um ritual para que 'as entidades' os protegessem.
A liderança do Comitê Popular contra a Copa do Mundo prometeu novos protestos durante todos os jogos do Mundial. Uma nova manifestação está marcada esta sexta-feira (30/5). "Vamos terminar o que não conseguimos fazer: chegar ao estádio" Esta não terá a participação dos índios, que vão embora de Brasília nesta quinta-feira (28/5).
Os indígenas vieram para Brasília para pedir pelos direitos territoriais de seus tribos e informaram que a luta deles continua nas tribos das cidades de cada grupo.