O governador Geraldo Alckmin (PSDB) descartou nesta quinta-feira, 29, a hipótese de liberar as catracas do Metrô de São Paulo durante a greve dos metroviários, marcada para o próximo dia 5.
Questionado se havia uma possibilidade de a ação ser praticada, o tucano negou. "Não, não. Veja bem, o Metrô é uma empresa, e como empresa, precisa ter um equilíbrio financeiro", afirmou durante entrevista na região central da capital paulista.
Os metroviários informaram na segunda-feira, 26, durante coletiva de imprensa, que toda a categoria trabalharia normalmente durante a greve se Alckmin autorizasse a prática do 'catracaço', ou seja, a permissão para que os passageiros entrem no sistema sem pagar.
Os trabalhadores não têm autonomia para optar sozinhos pela estratégia da catraca livre, já que a arrecadação é uma questão administrativa da empresa. Caso adotassem a ação sem autorização do governo paulista, que é o maior acionista do Metrô - e, portanto, o seu controlador -, os metroviários poderiam ser processados e até demitidos por justa causa.
No entanto, Alckmin foi taxativo sobre o impedimento do 'catracaço' e também não aventou a hipótese de se encontrar pessoalmente com os metroviários para discutir a sua campanha salarial.
A direção sindical cobra que as tratativas da campanha salarial sejam, pela primeira vez, direto com o governador e não com a administração do próprio Metrô, que, de acordo com eles, não tem margem de manobra suficiente para ampliar as contrapropostas. "Este ano não vai ser no tribunal (que a situação terá um desfecho)", disse o presidente da entidade, Altino de Melo Prazeres Júnior no início da semana.
"Quem não gostaria de dar aumento o maior possível? O limite é que quem paga isso é o contribuinte, é quem utiliza o Metrô. Então, é com o dinheiro do bilhete e mais o subsídio do governo para os idosos, pessoas com deficiência, estudantes e professores que o Metrô se mantém", disse Alckmin. "Mas estou confiante, acho que nós vamos chegar num bom entendimento."
Em sua avaliação, "não há nenhuma necessidade de greve".