Até que a decisão seja tomada,a importação direta de canabidiol, substância química encontrada na maconha, continua proibida no Brasil. A discussão caminhava para reprovação da mudança, quando Oliveira pediu vistas. O relator do processo, Renato Porto, observou não haver nenhum medicamento autorizado que contenha apenas o canabidiol.
A agência recebeu até agora 6 pedidos para importação de canabidiol - dois deles foram liberados e quatro estão em análise. Algumas famílias trazem o medicamento clandestinamente.
O filho de Camila Guedes, Gustavo, de um ano e quatro meses começou o tratamento há dez dias, depois da autorização concedida pela agência. "Para análise, foram necessários vários documentos. O mais difícil foi a receita médica", disse Camila. Ela esperava que, com a liberação, profissionais de saúde ficassem mais confiantes a receitar o produto. Margarete Brito foi a primeira no País a fazer a importação do produto, em outubro do ano passado. A tentativa foi feita depois trocar informações com um grupo de familiares de pacientes. "Em menos de 15 dias o produto estava na porta da minha casa." Por insegurança, conta, abandonou o tratamento depois de 15 dias.
Ela dá para sua filha, Sofia, de 5,5 anos, o canabidiol diluído com glicerina, em gotas. O produto é feito por um médico no Rio. Em 45 dias, a média de convulsões de Sofia, que era de 12 semanais, passou para 3. O canabidiol é usado pelas famílias para reduzir os sintomas de doenças neurológicas, sobretudo convulsões. Anny Fischer, de 6 anos, portadora de uma síndrome conhecida como CDKL5, tinha 60 a 80 convulsões por semana. Depois de iniciar o uso do canabidiol, em novembro, o número de crises foi reduzida de forma significativa. Em maio, foram três. Anny também tem um eletrodo subcutâneo que emite descargas no nervo vago periodicamente, também para reduzir o número de crises. "Depois do uso do suplemento, a intensidade das descargas pôde ser reduzida.