Brasília – Após a manifestação que tumultuou o Distrito Federal na terça-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reiterou ontem que quem vier para o Brasil acompanhar a Copa do Mundo poderá ficar tranquilo quanto à segurança. “Todos os turistas, incluindo os estrangeiros, podem se sentir seguros porque as forças policiais estarão presentes para garantir o cumprimento da lei. As pessoas são livres para se manifestar, mas não permitiremos abusos”, enfatizou. Também na terça, a presidente Dilma Rousseff afirmou a empresários que não seria permitido baderna na ruas durante o Mundial.
Questionado sobre a utilização de arcos e flechas em futuros protestos, Cardozo afirmou que qualquer um tem o direito de ir às ruas, desde que aja de acordo com a lei. “A Constituição assegura que todos têm a garantia democrática para se manifestar livremente, mas sem armas. Tudo isso deve ser posto dentro do que nosso plano de segurança coloca. Manifestação é manifestação, não importa qual seja a natureza. O uso do arco e flecha é um caso pontual que deve ser analisado. Só então é que serão adotadas as medidas cabíveis”, ressaltou. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também expressou sua opinião em relação às manifestações durante a Copa. De acordo com ele, o que aconteceu no Distrito Federal não deve assustar quem pretende assistir aos jogos do Mundial. “O Brasil é um país amigo e seguro. Manifestações de rua ocorrem em todo o mundo. Acredito que episódios como esses não afetarão a grandeza do evento nem devem retirar a certeza dos estrangeiros de que estão em um país tranquilo”, reforçou.
Rodrigo Janot aproveitou para anunciar que na próxima semana o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal deverão criar gabinetes de crise nas cidades-sede da Copa. O objetivo é garantir o pronto atendimento e a aplicação da Justiça em casos de excessos cometidos durante o torneio. “A criação do gabinete assegura que quem cometer abusos será punido com rapidez, de um lado e do outro”, disse o procurador-geral. Os gabinetes de crise serão compostos por procuradores, promotores, juízes, policiais, advogados e defensores públicos.