Jornal Estado de Minas

Brasília tenta se adequar e criar iniciativas para o consumo sustentável

Verônica Machado
Brasília se prepara para receber novidades: da Copa do Mundo às alterações da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Essa última tenta transformar a maneira como cuidamos do lixo na cidade, com a coleta seletiva, fechamento dos depósitos a céu aberto e trabalho digno aos catadores. Maria Aparecida Lacerda, 23 anos, acredita que as mudanças têm muitos benefícios. A gari que trabalha com a coleta de material orgânico e seco nas ruas da capital diz que os moradores precisam ser educados. “Tem gente que não separa o lixo, coloca no lugar errado, muitos colegas já se machucaram com siringas e latas cortantes”, relata. Mas está otimista: “Com essa política, vai ficar mais fácil para mim, para as pessoas e para todo mundo, né?”.

Cida, como prefere ser chamada, faz a coleta seletiva em casa e tenta transmitir o conhecimento sobre a gestão de resíduos para outras pessoas. Uma vez ao mês, ela dá uma aula sobre meio ambiente e manejo correto do lixo para crianças de escolas públicas. É um projeto vinculado à empresa onde trabalha, que passa informações sobre o processo e ministra palestras sobre o assunto.
“As pessoas estão um pouco perdidas, mas estão tomando o rumo certo”, opina. O otimismo de Cida pode continuar, pois um levantamento do IBGE, feito entre março e novembro de 2013, constatou que 41% das cidades possuem alguma iniciativa de consumo sustentável. Apesar disso, 66,5% delas ainda não têm Plano de Resíduos Sólidos.

Vale lembrar do assunto com a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. Para celebrar a data, o projeto Ser Sustentáve, prepara um suplemento especial com 16 páginas. O conteúdo explicará o papel de cada parte da sociedade nessa nova política e como podemos gerenciar o lixo corretamente. A coleta seletiva, por exemplo, começou a vigorar na cidade há três meses e ainda existem dúvidas entre as pessoas sobre o que pode ser reaproveitado ou jogado nos recipientes de lixo seco. Além disso, o caderno mostrará o que pensam os catadores e garis, como Maria Aparecida, sobre o encerramento dos lixões. Os especialistas apontam o setor empresarial como um dos principais responsáveis pelo cumprimento de hábitos sustentáveis.

Pelo suplemento impresso e pelo site correiobraziliense.com.br/sersustentavel, o leitor poderá acompanhar a agenda do dia e conhecer histórias, como a da dentista Sandra Aguiar, que separa o lixo com cuidado há quatro anos e leva o material limpo e seco até uma das cooperativas do Distrito Federal. Ou, ainda, o empresário Edison Neves, proprietário do ecomercado Bioon, que vende produtos naturais e desestimula o uso das sacolas plásticas, além do espaço ser um ponto de coleta de material reciclável e eletrônico. E mais: é possível lucrar defendendo o meio ambiente. As maiores companhias do mundo dobraram a rentabilidade com a ajuda de ações ambientais, segundo pesquisa.

Fique atento também às atitudes verdes durante a Copa: 300 lixeiras da coleta seletiva serão instaladas nos estádios. Tudo para manter o evento limpo. Além disso, o caderno tem uma surpresa para as crianças: a história em quadrinhos do EcoTron, um simpático robô do futuro que sai do lixo e tenta transformar os maus hábitos de uma família.
Vale a pena ficar de olho às sugestões desse mascote. Ele informa como está a situação ambiental do planeta e como fazer para tentar reverter o quadro de emergência sobre o prezuízo do meio ambiente. Você tem muito a ver com essas mudanças. Confira entrevista com o diretor do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Gastão Ramos..