Segundo o Metrô, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) concedeu liminar garantindo 100% de operação da rede nos horários de pico e 70% nos horários de vale. O TRT, ainda segundo o Metrô, marcou uma audiência de conciliação entre o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e os sindicalistas para as 10 horas da Delegacia Regional do Trabalho, no centro. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, garantiu que, mesmo com a liminar, os metroviários não trabalharão. Isso porque a assembleia foi realizada antes de o sindicato ser formalmente notificado pelo tribunal. As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás não vão operar nesta quinta.
Ao longo dos discursos ao microfone no sindicato, uma constante: essa greve deve ser diferente, sem prazo para terminar. Mais cedo, Prazeres Júnior já havia sinalizado que mesmo se o Metrô obtiver uma liminar na Justiça obrigando a categoria a trabalhar com um contingente mínimo, a recomendação não será seguida.
Negociação.
Os funcionários do Metrô rejeitaram e vaiaram a proposta de 8,7% oferecida pela empresa, assim como o vale-refeição a R$ 290 (hoje é R$ 247). O TRT havia sugerido aumento de 9,5% e R$ 320 de vale-refeição. Os metroviários pedem reajuste de 16,5% e dizem que não voltam a trabalhar se não houver uma oferta de ao menos 10%. O Metrô tem cerca de 9,7 mil funcionários.
"O transporte não é mercadoria e tem que ser pago pelos grandes empresários, que tratam o povo como escravos. Um rapaz da zona sul não pode namorar com uma menina da zona leste do jeito que está o transporte hoje. O governo do PSDB está envolvido com muita corrupção da Alstom, da CAF, da Mitsui... Se tem dinheiro para Itaquerão e Copa, por que não tem para o transporte público?", disse Prazeres Júnior a uma assembleia lotada, que prometeu uma "greve histórica". Ele novamente desafiou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a permitir a catraca livre durante a greve, para não prejudicar a população. Porém, na semana passada o tucano descartou essa hipótese, alegando um suposto prejuízo financeiro para a empresa..