Jornal Estado de Minas

Coquetéis molotov são jogados na Câmara de São Paulo

Três estrondos foram ouvidos ontem (12) de manhã ao lado da Câmara Municipal, no centro de São Paulo.
Segundo a assessoria militar da Casa, havia três coquetéis molotov no terreno vizinho ao Palácio Anchieta. Ninguém se feriu. As explosões ocorreram por volta das 7h, quando o prédio estava vazio - os próprios vereadores decretaram feriado na cidade ao aprovar projeto de lei encaminhado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

A perícia esteve no local e abriu inquérito para investigar o caso, que foi registrado no 1.º DP (Sé). Nenhum suspeito de atirar o artefato havia sido identificado ontem. Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara de Municipal informou que as explosões não provocaram danos materiais. Desde o ano passado, quando se intensificaram as manifestações contra o aumento da passagem de ônibus e a realização da Copa do Mundo no Brasil, a Câmara investiu em aumentar a segurança do prédio. Foi gasto mais de R$ 1,2 milhão na instalação de grades na entrada principal e vidros blindados.

A medida foi tomada pelo presidente da Casa, José Américo (PT), após aval dos integrantes da Mesa Diretora.
Em dias comuns, passam pelo prédio cerca de 4 mil pessoas. No último ano, o prédio da Câmara sofreu ao menos três tentativas de invasão. Em uma delas foram registrados quatro tiros.

Sem-teto

Na terça-feira, quando o Brasil enfrenta o México, em Fortaleza, o funcionamento na Câmara deve ser normal. A sessão ordinária, marcada para às 15h, está mantida, mas deve ser encurtada para que os demais funcionários sejam liberados para assistir a partida.

Antes mesmo do próximo jogo da seleção brasileira, a Câmara deve enfrentar mais um protesto. A coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) anunciou que pretende levar 15 mil pessoas para a sede do Legislativo na segunda-feira, quando estão marcadas as primeiras discussões sobre a versão final do projeto que vai estabelecer o Plano Diretor.

O movimento vai cobrar dos vereadores o compromisso de classificar como uma Zona de Interesse Social (ZEI) o terreno onde hoje existe a ocupação Copa do Povo, em Itaquera, na zona leste. O governo federal já garantiu à entidade que vai viabilizar no local a construção de 2 mil casas. Para isso, é preciso alterar o texto atual do novo Plano Diretor, que hoje classifica a área como industrial. .