O fechamento da via feito na alça de acesso entre as Avenidas Pedro Álvares Cabral e Quarto Centenário ocorreu em 2003, quando Adriano Diogo era secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Ele foi acusado pelo MPE de ter atendido a pressão dos moradores e agido sem previsão legal. O hoje deputado estadual nega qualquer irregularidade na obra e recorre da condenação por improbidade, julgada em primeiro grau pela Justiça no ano passado.
A decisão do tribunal é liminar (provisória), mas já foi confirmada na sexta-feira passada, após um recurso da Câmara. A ação declaratória de inconstitucionalidade (Adin) foi proposta pelo procurador-geral do Estado, Márcio Elias Rosa, em maio. O Projeto de Lei 435/2008 é de autoria da ex-vereadora Mara Gabrilli (PSDB). Os parlamentares aprovaram a lei mesmo sabendo que o MPE havia entrado com uma ação civil pública para liberar o acesso, segundo relatório da Casa.
Segundo o relator da ação, o desembargador Luiz Antonio de Godoy, "à primeira vista, são relevantes os argumentos expostos pelo postulante, aparentemente tendo o Legislativo invadido esfera de competência do Executivo, no que diz respeito à disciplina de gestão patrimonial de bens públicos, bem como de planejamento urbano e de uso e ocupação do solo".
A Procuradoria da Câmara sustenta que "a praça incorporada legalmente ao Parque do Ibirapuera já pertencia de fato a ele, ou seja, o diploma legal atacado veio apenas formalizar situação fática já consolidada". No recurso à Justiça, o órgão diz que não há como cumprir a decisão, uma vez que a praça encontra-se integrada ao parque.
Outros casos. Além dessa ação, o MPE atua com outras iniciativas para coibir o desvio do trânsito em áreas residenciais da cidade, principalmente em vizinhanças mais nobres. Em dezembro do ano passado, a Justiça de São Paulo proibiu a CET de implementar novas alterações no tráfego a pedido de associações de bairro, sob multa de R$ 500 mil.
Esse expediente, chamado de moderação de trânsito (traffic calming), dificulta o fluxo de veículos na cidade, segundo a Promotoria de Habitação e Urbanismo. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..