Em todos os casos, o movimento reivindica uma alteração no zoneamento das regiões invadidas. Para serem enquadrados em projetos de habitação, os terrenos precisam ser considerados como Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis). A garantia dessa classificação é dada pelo Plano Diretor, em construção pelos vereadores.
O texto aprovado em primeira discussão já contempla a exigência dos sem-teto em quatro das cinco áreas ocupadas. Apenas a Copa do Povo ainda demanda uma mudança na proposta antes de ela seguir para o plenário. E é justamente isso que tem atrasado a votação.
Nos demais acampamentos, o MTST tem assegurado o compromisso da gestão Fernando Haddad (PT).
Questão ambiental
Um dos impasses refere-se à Nova Palestina, em área de preservação ambiental. A entidade pede uma parcela maior do terreno para moradia popular. Hoje, 30% estão reservados. O restante deve virar parque, como estabelece decreto municipal.
O acordo rende críticas severas de ambientalistas e vereadores ligados à área. É o caso do vereador Gilberto Natalini (PV), que preparou um texto substitutivo para segunda votação no qual bairros degradados da região central é que deveriam receber intervenções urbanísticas necessárias para a construção de habitações populares. Na lista estariam Brás, Glicério, Luz e Pari.
Relator do projeto, Nabil Bonduki (PT) diz que, aos poucos, está havendo uma maior compreensão do tema. "Não vamos alterar a lei de mananciais. Qualquer construção que for feita lá terá de respeitar a legislação ambiental", assegura.
Depois de obter do governo federal o compromisso de financiar 2 mil unidades habitacionais no terreno onde está a Copa do Povo, o MTST aguarda o Ministério das Cidades definir qual deve ser a modalidade de construção escolhida. Se a opção for viabilizar as moradias pelo Minha Casa Minha Vida Entidades, o movimento terá de buscar uma parceira para assumir o projeto. Como entidade de caráter social, sem CNPJ, o MTST não tem essa habilitação na esfera federal.
Parceria
Conseguir apoio de outros movimentos de moradia não deve se transformar em uma dificuldade. Pelo contrário. Na Grande São Paulo, o MTST já tem uma entidade parceira que comanda a produção de unidades habitacionais.
As obras dos residenciais João Cândido A e B estão bastante adiantadas. "A primeira etapa está prevista para ser entregue nas próximas semanas, quando 380 famílias deverão ser atendidas", diz Jussara Basso, que também coordena o MTST. O restante será entregue em maio de 2015.
Os apartamentos são destinados a famílias da faixa 1, ou seja, com renda de até 3 salários mínimos. Segundo o MTST, as unidades terão 63 m² e três dormitórios, em uma das plantas mais confortáveis destinadas à habitação popular. Apesar da pressão na capital, Santo André e Embu das Artes devem ser as próximas cidades a receber obras "patrocinadas" pelo MTST. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..