O protesto contra a Copa do Mundo realizado antes da partida entre Brasil e México terminou com pelo menos dez adolescentes apreendidos e 19 adultos detidos. As detenções ocorreram após o confronto entre manifestantes e policiais militares, nas imediações do estádio Castelão, em Fortaleza. As apreensões aconteceram por depredação do patrimônio público e privado, insulto aos policiais e por tentarem bloquear as vias de acesso ao estádio. Um ônibus de apoio da Fifa foi apedrejado. A manifestação foi dispersada com a ajuda do Caminhão de Controle de Distúrbios Civis. As vias de acesso ao estádio foram liberadas antes do começo da partida.
O ato, iniciado às 11h30 desta terça-feira, contou com a participação de comunidades ameaçadas de remoção, movimento estudantil, partidos políticos, entidades sindicais, Movimento Passe Livre, Comitê pela Desmilitarização da Polícia e Comitê Popular da Copa.
Os movimentos se depararam com um grande contingente policial. “Estávamos gritando palavras de ordem, como 'da Copa eu abro mão, quero dinheiro pra saúde, moradia e educação', e chegamos diante da polícia. Tinha muita, muita polícia, e nós decidimos voltar”, relatou a integrante do Comitê Popular da Copa, Patrícia Oliveira, que viu várias pessoas sendo revistadas e máscaras serem apreendidas.
De acordo com o porta-voz da PM, tenente-coronel Fernando Albano, 3,8 mil homens estão escalados para fazer a segurança de cada um dos jogos em Fortaleza. Já o número de militares que participaram da abordagem à manifestação de hoje não foi divulgada “por questões estratégicas de segurança”, afirmou. O oficial disse que o conflito com os manifestantes teve início quando uma das principais vias de acesso ao Castelão foi fechada. "Foram utilizados bomba de efeito moral e um novo equipamento, que chegou ontem para controle de distúrbio civil”, contou.
O equipamento, chamado Caminhão de Controle de Distúrbios Civis, é um carro blindado de 20 toneladas que tem capacidade de suportar tiros de fuzil e comportar 4,5 mil litros de água, que podem ser usados por meio de um canhão contra os manifestantes. Repassado pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge/MJ), o caminhão ficará no Ceará após a Copa. “É mais um legado da Copa”, afirmou o tenente-coronel.
Com agências
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