São Paulo – Depois de duas horas de uma passeata pacífica, pelo menos quatro agências bancárias e um carro da TV Gazeta tiveram vidros quebrados durante um protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo, na tarde de ontem.
Os próprios ativistas tentaram evitar mais ataques a bancos, pedindo aos black blocs que se mantivessem na marcha para chegar até a Marginal Pinheiros. Após a conversa, as depredações foram interrompidas. Quando um mascarado tenta quebrar uma placa de trânsito, orelhão ou relógio público, atos comuns nos últimos protestos, ele é cercado por outros manifestantes que o acusam de ser P2, jargão da polícia para os policiais que trabalham sem farda, infiltrados.
O grupo se reuniu por volta das 15h na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, e seguiu em passeata pela Avenida Rebouças. Às 18h20, eles chegaram à Marginal Pinheiros, onde fecharam a pista sentido Castello Branco. O ato celebrou o aniversário da revogação do aumento da passagem, ocorrido após as manifestações de junho de 2013.
Confusão
Protesto organizado pelo MPL terminou em confusão enquanto os manifestantes ocupavam as pistas da Marginal Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, sentido Castello Branco. A intenção do movimento era fazer uma “festa popular” na marginal, com churrasco, intervenções teatrais, shows de rap e partidas de futebol. Os manifestantes chegaram a fazer fogueiras com catracas feitas com papelão. Mas pouco antes de 19h, no entanto, uma concessionária de veículos da Mercedes-Benz, localizada na Marginal, foi depredada por um grupo de mascarados. Policiais militares do Batalhão de Choque chegaram e usaram bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral.
Após a dispersão, adeptos da tática black bloc passaram a fazer barricadas e cometer outros atos de vandalismo pelas ruas do Bairro de Pinheiros. Rojões foram disparados contra os policiais. O protesto bloqueou algumas das principais avenidas da Zona Oeste de São Paulo. Cerca de 6 mil pessoas participaram do ato, segundo os organizadores. Já a Polícia Militar estimou em 1,3 mil o número de manifestantes.
O ato foi convocado para exigir também a reintegração de 42 metroviários que foram demitidos pelo governo do estado. Ontem fez exatamente um ano do dia em que o aumento das tarifas de ônibus, metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos foi revogado. Até índios que vivem em aldeias na capital paulista e cobram a demarcação de terras participaram do ato.
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