Jornal Estado de Minas

Perícia analisa danos causados a concessionárias durante protesto em SP

Agência Brasil
A perícia chegou hoje, por volta das 8h45, na concessionária Mercedes Benz, na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte Eusébio Matoso, em São Paulo, para avaliar os danos causados nos dez veículos que foram depredados ontem durante protesto do Movimento Passe Livre (MPL).
O ato foi convocado para marcar um ano dos protestos que impediram a elevação nos preços do transporte público. A intenção do movimento era fazer uma passeata da Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, até a Marginal Pinheiros, onde haveria uma festa para celebrar a conquista do ano passado. Eles reivindicam tarifa zero.

Durante o trajeto, a presença da Polícia Militar (PM) foi pequena. As equipes da Cavalaria e da Força Tática, no entanto, estavam dispostas em ruas próximas ao local do protesto. Houve depredação de pelo menos três agências bancárias e três concessionárias de veículos de luxo. Até as 18h30, não havia sido registrada ação policial. Logo após as 19h, a PM agiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, dispersando os manifestantes.
Parte dos ativistas conseguiu impedir a depredação de outros bancos no caminho da passeata.

Na concessionária da rede Caltabiano, que vende carros da marca Mercedes Benz, a fachada foi toda destruída pela ação de parte dos manifestantes, que utilizou pedaços de madeira e pedras para quebrar os veículos. O material, com restos de uma obra feita no local, que estava em uma caçamba na calçada, foi usado para destruir os carros. O prejuízo é estimado em R$ 2 milhões. Outras duas lojas da mesma rede foram danificadas, mas apenas os vidros da fachada foram quebrados. De acordo com a empresa, o seguro já foi acionado.

O coronel do Comando de Policiamento da Capital, Leonardo Torres Ribeiro, disse ter recebido, antes do protesto, uma carta do MPL pedindo que a PM mantivesse distância dos manifestantes durante a caminhada. Ribeiro informou que o pedido citava o ato do Comitê Popular da Copa no dia 15 de maio, que transcorria sem conflitos, quando provocações geradas pela proximidade da PM e manifestantes deflagrou uma brutal repressão ao protesto. A Polícia Militar decidiu respeitar a solicitação do MPL e levou um efetivo preparado para acompanhar o protesto a distância.

Segundo o coronel, porém, depois da queima simbólica das catracas de papelão, alguns participantes dispersaram e partiram para a depredação. “Não fomos ingênuos, porque a experiência que temos com manifestantes tem demonstrado resultados obtidos e a contenção desses eventos. A demora foi no deslocamento do nosso efetivo que estava nas proximidades de lá, se é que se pode considerar isso demora”, disse Torres. “Sempre houve depredações em todas as manifestações, com a presença próxima ou não. Se fizer uma retrospectiva, mesmo com a presença física próxima , a intenção desses manifestantes foi sempre depredar”, acrescentou..