Porto Alegre, 25 - Depois de passar nove horas longe da mãe, a recém-nascida que foi raptada de dentro de um hospital, em Porto Alegre, foi reencontrada. A pequena Bárbara passa bem. Ela foi achada na casa de Luciana Soares Brito, 39, suspeita pelo seu rapto, no bairro Lami, na zona sul da capital, no início desta madrugada.
O bebê havia sido levado dos braços da mãe, Viviane Beatriz Casagrande, por volta das 16h dessa terça-feira, de dentro do quarto em que se recuperavam, na maternidade Mário Totta do Complexo Hospitalar Santa Casa.
Vestindo roupas brancas, Viviane, que foi reconhecida pela mãe da menina, entrou no quarto se dizendo enfermeira, e que levaria o bebê para fazer exames. Por desconfiar do comportamento da suspeita, Viviane se dirigiu ao posto de enfermagem, que desmentiu qualquer procedimento agendado para a criança.
A segurança foi acionada, mas Luciana deixou o complexo hospitalar calmamente com Bárbara no colo. Câmeras de segurança flagraram a fuga da mulher, que entrou em um táxi. As imagens foram divulgadas pelos meios de comunicação e logo se espalharam pelas redes sociais.
À noite, a polícia recebeu dois telefonemas dando pistas sobre a suspeita. Os policiais foram até a casa de familiares de Luciana e, de lá, seguiram para o seu endereço, onde ela vive com cinco filhos. Na delegacia, a suspeita relatou que queria apenas cuidar do bebê. "Eu ia cuidar dela junto com a outra criança que tinha na barriga", disse, visivelmente perturbada.
A polícia suspeita que Luciana tenha problemas mentais. Não foi confirmado que ela esteja grávida. Entretanto, várias produtos para recém nascidos foram encontrados em sua casa. Os investigadores acreditam que o crime foi premeditado. Eles investigam agora a participação de uma segunda pessoa no rapto e se a motivação não seria vender o bebê.
Isso porque, segundo o titular da 17ª Delegacia de Polícia da Capital, delegado Hilton Müller, nas imagens das câmeras de segurança Luciana aparece com Bárbara no colo e falando ao telefone.
Luciana foi presa e encaminhada ao presídio feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. A Santa Casa informou que auxiliou nas investigações, divulgando imagens de seu circuito interno, e que abrirá uma sindicância para averiguar a fragilidade na segurança.