A polícia civil descartou nesta quinta-feira, 26, a hipótese de atentado ou ataque na tentativa de assalto à fazenda do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado estadual Paulo Melo (PMDB), no sábado à noite. Segundo os delegados responsáveis pela investigação, tratou-se da ação de uma quadrilha que, nos últimos 18 meses, realizou mais de 60 assaltos em sítios e fazendas das regiões Serrana, dos Lagos e Sul Fluminense.
Houve troca de tiros entre os criminosos e dois seguranças do parlamentar, que ficaram feridos, foram internados e não correm risco de morrer. Ao tentar se proteger do tiroteio, o deputado fraturou o pé direito. Paulo Melo, que estava em sua fazenda acompanhado de amigos e da esposa, a prefeita de Saquarema (RJ), Franciane Motta, ficou internado até terça-feira, quando recebeu alta e abriu a sessão plenária na Alerj.
"Posso afirmar que está descartada a possibilidade de ataque ou atentado", disse o delegado Almeida, da 119ª DP. Segundo a polícia, os dois suspeitos fazem parte de uma quadrilha que estava sendo investigada há três meses. Eles buscavam sempre vítimas com alto poder aquisitivo e, de acordo com os delegados, não costumavam ser violentos nas abordagens. Antes da tentativa de assalto à casa do parlamentar, outros oito integrantes do grupo já tinham sido presos e um menor, apreendido.
De acordo o delegado, os irmãos foragidos contaram com a ajuda de um "terceiro elemento", ainda não identificado, que passou informações sobre a fazenda de Paulo Melo. O motorista que levou a dupla até a propriedade do parlamentar também foi identificado: João Sérgio Cabral Neto, de 26 anos. Na terça-feira, ele foi morto em operação das duas delegacias para tentar prender os suspeitos, em Engenheiro Pedreira, distrito de Japeri, na Baixada da Fluminense. Agora procurados, os irmãos Bruno e Milton estavam no carro com João, mas segundo a polícia conseguiram fugir. No veículo, de acordo com o delegado Almeida, foram apreendidos uma arma com a numeração raspada e munições.