A proposta partiu do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e foi debatida dois dias seguidos nas cidades paulistas de Paulínia e Americana com as empresas consorciadas e os municípios envolvidos. A intenção é ter um plano de contingência para enfrentar a estiagem entre julho e setembro.
Nesta quinta-feira, 26, a consultora Rosana Garjulli apresentou as experiências realizadas no Ceará, onde a falta de água é comum e os rios são perenes, ou seja, ficam secos numa época do ano. Para suportar esta situação os cearenses contam com reservatórios que retêm parte da água, que depois é distribuída de acordo com um conselho formado por representantes da comunidade e dos setores envolvidos.
No interior paulista a ideia não seria represar a água, mas definir horários que cada setor, como indústria e agricultura, por exemplo, poderiam usar o líquido. Essa definição se daria através de um conselho parecido com o que é utilizado no Ceará, envolvendo todas as partes. Uma minuta da proposta estará sendo apresentada nas próximas semanas e já levando em conta, inclusive, as considerações já apresentadas por municípios e empresas.
O professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Antonio Carlos Zuffo também esteve no encontro e realizou uma apresentação sobre a situação do Sistema Cantareira e a escassez hídrica nas Bacias PCJ e do Alto Tietê. Segundo ele, se nada for feito em 100 dias a água deve secar e até mesmo a reserva técnica, ou "volume morto", estará no fim.
Zuffo disse ainda que não há garantias que as chuvas voltarão a partir do próximo ciclo hidrológico em volume suficiente para acabar com a crise hídrica.
Risco.
O Consórcio PCJ alega que vem emitindo alertas desde o ano passado sobre a disponibilidade hídrica nas bacias que administra para empresas e municípios, incluindo os da Grande São Paulo, além de informar os órgãos gestores do Sistema Cantareira.